Serra esses dias andou municiando sua campanha com belas paisagens de escolas, faculdades e escolas técnicas do Estado de São Paulo. Prédios recém construídos, alunos felizes e professores a dizer mil elogios ao governador. No entanto, a situação da educação em nosso estado é muito diferente da mostrada na campanha.
Diferente, primeiramente, pois existem prédios, só que sem estrutura para se ter aulas de qualidade. Em muitas faculdades/escolas técnicas (FATEC), não há estrutura para que os cursos oferecidos sejam ensinados. Em muitas delas não há computadores em suficiência, aulas são desmarcadas por conta de laboratórios sem instrumentos, prédios com estrutura interna em condições decadentes (vide a FATEC central).
Na recém construída FATEC Carapicuíba (que em tese deveria atender a toda a população da região oeste), tanto alunos como professores estão muito insatisfeitos com o belo prédio construído, porém sem nenhum suporte para as aulas. Só que o nosso querido governador não vai até lá, não é mesmo?
Não seria muito arriscado dizer que nosso governador anda utilizando gás do riso nos professores das propagandas. Afinal, motivos para sorrir eles não têm. Como rir quando se tem a nona colocação no Exame Nacional do Ensino Médio? O estado mais rico da nação (e o que mais recebe verbas do Governo Federal para a Educação) perde de estados com bem menos verba como, por exemplo, Pernambuco e Rio Grande do Sul. Contudo, não culpemos a Progressão Continuada (no Estado de São Paulo o aluno tem direito a badernar o ano inteiro que não há como repetir o ano). Sem ela, segundo o Sr. Geraldo Alckmin, o pobre não ficaria na escola.
Além da péssima posição da educação paulista, as condições de trabalho dos professores são terríveis. No Estado que concentra 99 por cento de todo o capital nacional em investimentos, os professores ganham 4 REAIS por hora aula. Isso mesmo, QUATRO REAIS por hora aula. Uma escola particular boa, em média, paga VINTE E CINCO reais a hora aula. Ou seja, o professor da rede estadual ganha uma miséria terrível, que normalmente o faz trabalhar por 10 horas seguidas para poder manter sua família. Como podem dar uma boa aula com uma carga horária dessas!?
Além do mais, se os senhores não sabem, o Senhor José Serra estipulou licenças médicas de no máximo três horas. Ou seja, um professor que trabalha na prefeitura de Itapevi e tem convenio com o IAMSPE (Convênio dos funcionários públicos estaduais), tem que ir até São Paulo (40 km) para ter um atendimento médico. Lá encontrará fila (afinal, o PSDB terceirizou até mesmo o Hospital dos Servidores Públicos, que agora atende convênios particulares), é atendido e tem que voltar a Itapevi. Isso tudo em 3 horas!? Só se o professor tivesse um helicóptero. Talvez com o ótimo salário que ganha, possa comprar um e realmente se adequar às normas impostas pelo governo estadual.
Além disso, a história de receber bônus é pura furada. Segundo José Serra, as escolas que alcançam boas metas no SARESP (também conhecido como psicotécnico, afinal perguntar a alunos de oitava série qual é o nome VALENDO NOTA é sacanagem), os professores recebem bônus. Contudo, o bônus que chega ao trabalhador é bem menor do que o esperado. Em vez de ser 3,5 vezes o salário do professor, chega menos de 100 reais. No ultimo ano a única pessoa que ganhou com integridade o bônus foi a própria secretária da educação do estado. Talvez pelo bom trabalho que ela esteja a fazer, não é mesmo?
Bônus, aliás, que deveria ser dado aos marketeiros do PSDB, ao nosso governador e candidato José Serra, que conseguem enganar tão bem à todos aqueles que assistem ao horário eleitoral tucano.
Texto do Companheiro Rodrigo Accioli
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