Recentemente fomos surpreendidos pela agressão covarde praticada contra jovens que PARECIAM homossexuais, em plena Av. Paulista, à luz do dia, sem o menor motivo aparente ou coisa parecida. Os agressores, a maioria menores de idade, eram de classe média alta. Não é a primeira vez que grupos semelhantes praticam esse tipo de ato. Intolerância é algo bastante comum em nosso país, e não apenas contra homossexuais. Mas também contra nordestinos, negros, etc...
O que leva a tudo isso? uma combinação de elementos simples, que formam uma verdadeira bomba relógio.
O primeiro elemento desse coquetel Molotov é a família. Agressores geralmente saem de famílias desestruturadas ou sem um minimo de valores, principalmente o respeito a integridade alheia. São geralmente famílias em que o objetivo principal norteia sempre em ser mais rica e mais poderosa, esquecendo-se de valores como o respeito, a honra e, principalmente, a tolerância.
O segundo elemento é formado pela mídia. Novelas e seriados geralmente mostram o cotidiano de famílias ricas e bem sucedidas da sociedade paulistana ou carioca. Aos negros, nordestinos e homossexuais, restam papeis de segunda linha, apenas para figurar ou tornar-se um personagem comico e afetado. Afinal, qual foi o ultimo nordestino que você viu protagonizando uma novela? Ou negro? Ou uma novela que se passasse no nordeste? Qual a imagem que a mídia passa do negro, se não a do favelado? Ou do nordestino, se não a seca?
O terceiro elemento é a intolerancia que se formou com tais grupos. Talvez esse elemento seja uma sintese dos dois anteriores. Afinal, um cidadão que já foi bitolado pela mídia e não tem uma base família, vai criar essa mentalidade. E vai passar-la para seus filhos, criando um ciclo vicioso sem data pra começo ou pra fim.
O quarto elemento é talvez o ingrediente mais antigo, existente desde as épocas mais remotas das grandes navegações, mas que ganhou grande dimensão após as experiências nazistas de Adolf Hittler.A teoria da raça superior, de que existem pessoas melhores que as outras ainda perpassa nossa sociedade, sendo no seio de organizações neonazistas ou no ambito familiar da classe média que perdeu seus valores.
A Intentona condena esse tipo de atitude. Somos todos seres humanos, independente de sotaques, cores, credos, escolhas, formas fisicas. Não podemos deixar que um padrão de beleza, um padrão do que é certo, dite o nosso comportamento. Somos iguais. O sangue que corre em nossas veias não é melhor porque somos brancos ou negros. Nosso sangue é vermelho, não há diferença. Temos que parar em sermos A, B, ou C e pensarmos mais como seres humanos.
Boa noite.
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